Nesse post, além de dicas para quem pretende subir o Morro Açú, você vai ler um pouco da minha história de superação para percorrer os 8km de trilha, com muita inclinação, até o Açú. 

Onde fica o Morro do Açu?

O Morro do Açu fica na travessia Petrópolis – Teresópolis, no Rio de Janeiro. Para chegar ao topo é preciso entrar pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Petrópolis. Essa é uma trilha pesada, que leva pouco mais de 5hs.

Minha experiência: como foi subir o Morro Açú

Há 6 meses atrás eu nunca imaginava caminhar os 8km para chegar no topo do Morro Açú, e o motivo não era porque não gosto desse tipo de aventura, e sim porque achava que meu corpo não aguentaria.

Em diversas caminhadas leves, de uma ou duas horas, eu costumava ficar com tonturas, me sentia fraca e acabava demorando o dobro do tempo para completar o caminho. Isso tudo, hoje tenho certeza, por falta de exercício constante e alimentação adequada.

Veja também: Como escolher a bota de trekking ideal 

Morro Açú
Muito feliz de ter alcançado o meu objetivo!

Minha cunhada, Debora, começou a organizar um grupo para subir o Açú, e de cara já falei que não iria porque tinha certeza que eu não conseguiria e até atrapalharia. Mas, mudei de ideia e a um pouco mais de 1 mês decidi fazer um treinamento intenso e mudar a minha alimentação para me superar.

Aos poucos fui sentindo a diferença ao fazer os exercícios e fui me empolgando cada vez mais. Chegou o dia e eu consegui completar a subida em 5h40 tranquilamente, claro que o cansaço foi grande e em algumas subidas, como na Izabeloca, a vontade era de desistir. Eu não via a hora de chegar e o caminho parecia aumentar a cada passo. Mas a cada passo eu também sentia que estava perto de mais uma conquista.

Morro Açú
Grupo incrível que estava ao meu lado nessa caminhada!

Superação a cada passo na subida do Morro do Açu

O corpo parece que vai se acostumando e, quando você vê, andar se torna automático. Entre subidas e descidas, um pouco de câimbra, dores na panturrilha e muita dor nas costas por conta da mochila, eu ficava mentalizando a tal Pedra da Tartaruga, que marcaria a minha chegada lá em cima.

O caminho é maravilhoso, passando por diversos tipos de vegetações, algumas partes com mato bem fechado e outras abertas. Você se sente parte da natureza, e começa a refletir que poucas pessoas vão até lá, poucas tem essa disposição e vontade de fazer algo diferente.

Trilha Morro Açú
Durante a caminhada para o Morro Açú

Durante o caminho passamos por vários marcos e pontos de descanso, são eles: Véu da Noiva, Pedra do Queijo, Ajax, Izabeloca, Chapadão e enfim Pedra da Tartaruga. São 8 km que podem ser feitos em 6h levando um ritmo tranquilo. Pessoas com mais condicionamento e que já estão acostumadas com a coisa, fazem em 3h/4h. Encontramos até um cara que havia feito em 1h40! Tudo é possível!

Pra mim, o mais difícil foi a tal da Izabeloca. É uma subida bem íngreme, com bastante pedras e buracos, que você precisa subir depois de andar mais da metade do caminho. O bastão de caminhada ajudou muito, ótimo para equilibrar e aliviar as pernas. Outra dica importante é levar uma mochila própria para esportes desse tipo, que prende no abdômen para aliviar o peso dos ombros.

No site da Decathlon você encontra tudo que você pode precisar para fazer essa trilha (ou outras com nível de dificuldade maior).

Trilha Morro Açú
Percorremos toda essa montanha, até o topo! Esse é o trecho chamado “Izabeloca”
Trilha Morro Açú
Fingindo estar plena durante a caminhada! hahaha

Chapadão

A segunda parte mais difícil foi o Chapadão. É quando você já está lá no alto do morro, mas ainda precisa andar cerca de 40 minutos, entre subidas e muita lama. Nessa parte, senti uma mistura de “não aguento mais” com “falta muitooo pouco” e consegui completar o caminho. Foi um sensação de alívio e superação quando finalmente avistei a Pedra da Tartaruga! Ali, todo esforço já tinha valido a pena.

Trilha Morro Açú
Já avistando a Pedra da Tartaruga!

Hora do descanso

Em 2010 foi construído um abrigo com camas, cozinha, banheiro e até banho quente! Compramos com antecedência pelo site e já estávamos com a nossa cama reservada. É ótimo, pois alivia o peso da mochila, já que não precisa levar barraca de acampar, panela, pratos, etc.

Trilha Morro Açú
Abrigo do Açú ao fundo!

Chegando no abrigo, tomei um banho quentinho e já estava renovada! A melhor comida para levar é o macarrão – repõe as energias e é bem prático de preparar. Almoçamos muito bem e saímos para explorar os lugares maravilhosos lá de cima.

Veja também: Parque Nacional da Serra dos Órgãos: Explorando o Morro Açú

Cada um levou seu saco de dormir e essa é a melhor alternativa, mesmo estando dentro do abrigo. É muito frio lá em cima, é preciso levar a mesma quantidade de roupas que você levaria para ficar na neve (explicado o volume da mochila!).

Abrigo do Açú
Alguns momentos dessa experiência única!

Ao chegar lá em cima, além de descansar e se alimentar para repor as energias, temos vários atrativos: pôr do sol, nascer da lua, nascer do sol, escalar a pedra para ter uma visão incrível do Dedo de Deus e outros morros e ir até o pico para ver o Rio de Janeiro bem pertinho são algum deles.

Nascer do Sol Pedra da Tartaruga
Momento mágico!

Espero que a minha história de superação sirva de incentivo para quem também acha que não é possível fazer uma caminhada desse tipo. É claro que é preciso uma preparação, mas nada impossível de fazer! É uma sensação única quando você chega lá em cima e pensa em tudo que andou, em todo esforço que fez. Para você ter uma ideia, tínhamos um polar e a quantidade de calorias gastas foi 2.900! Uau!

É uma energia imensa, e como o Fred fala, é totalmente espiritual. Você sente uma paz imensa, misturada com a sensação inenarrável de superação. É DEMAIS!

Obrigada EQUIPE, vocês arrasaram! E obrigada Breno por carregar boa parte do meu peso e por me incentivar nessa conquista! =D

Dicas para subir o Morro Açú

Programe-se com antecedência: é preciso comprar a entrada  no parque, e, se preferir, também é preciso comprar a cama e o banho quente pelo site. Sai mais ou menos R$80,00 por pessoa. Há outras opções, como alugar uma barraca de acampar ou dormir no bivaque, que é o chão de madeira no segundo andar do abrigo. Acesse o site oficial do parque para comprar a sua entrada.

Roupas para subir e descer o Morro do Açú: roupas leves e confortáveis. Não há necessidade de casacos pesados para a caminhada. No máximo um anorak, uma dry fit manga longa ou um casaquinho corta vento. Normalmente calça de ginástica e camisa manga curta. O ideal é usar botas para caminhada, mas também dá pra ir com um tênis próprio para isso. São muitas pedras e alguns lugares que pedem um sapato com sola firme.

Roupas para passar a noite: calça de lã e outra por cima para cortar vento. Blusa térmica, blusa de lã e casaco grosso são ótimas opções!  Não esqueça de incluir gorro, cachecol e luva. É beeeeem frio, pode chegar a graus negativos!

Saco de dormir: escolha um que aguente temperaturas bem baixas! Eu comprei o meu na loja online Alta Montanha, lá tem várias opções, de várias marcas e preços.

Bastões de caminhadaRedução da tensão localizada nos joelhos: Descida: com 1 bastão: -2%. com 2 bastões: -15%. Durante a caminhada você irá aliviar seus joelhos de 1.5 tonelada* de pressão. *Valor calculado para uma descida de 1000 metros em um declive de 50%. Subida: Com 2 bastões: 15% a menos de esforço muscular para suas pernas. Eu achei que não faria tanta diferença, mas no final, foi essencial ter o bastão! Ótimo para equilibrar e para aliviar o peso das costas! Você também pode comprar o seu no site da Decathlon.

Lanterna: depois do pôr do sol, andamos um bom pedaço para ver a lua e depois até o abrigo. É importante levar a sua lanterna!!

Dicas de Comidas para levar para o Açú: barrinhas de cereais, bananinha, barra de proteína, gel exceed, gatorade, água (no caminho passamos por alguns pontos onde podemos reabastecer, e no abrigo também podemos beber a água da pia, que vem direto de uma nascente). Para o almoço ou jantar a sugestão é preparar uma refeição com bastante carboidrato para repor as energias, como o macarrão. Outras ideias são batatinhas, linguiça calabresa, sanduíches, cup noodles, miojo, sopa de saquinho, etc.

Treinamento: Desde que decidi que realmente iria subir o Açú, comecei um treinamento específico para isso, no Studio Viva, que fica em Petrópolis. Se alguém tiver interesse, o studio oferece pilates, musculação, treinamento personalizado e nutricionistas. Eu amo!! Clique aqui

Mais Informações

Já escrevemos alguns ótimos posts sobre equipamentos para campings e trilhas, que podem te ajudar a não passar perrengue ao fazer uma longa caminhada como essa. Veja abaixo:

Como escolher um bom saco de dormir para camping, trilhas e expedições

Como escolher a mochila ideal para trekking

Como escolher a barraca de camping ideal para você


 


 


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13 respostas

  1. Nanda, é necessário um guia para fazer a caminhada até o alto do Morro Açú ou o caminho é bem sinalizado, sendo possível ser feito por um marinheiro de primeira viagem (porém já habituado a fazer trilhas)?

    1. Olá!!!

      Olha, eu não sei bem como te responder. Eu fui com dois homens que já tinham ido várias vezes, então não tivemos dificuldade. Porém, todo mundo indica sempre ir com guia, eu já ouvi histórias de gente que se perdeu. Algumas partes podem ser confusas!

      Porém, se você já tem experiência com trilhas, pode ser que se vire mais fácil. Sugiro entrar em contato com quem trabalha no parque!
      Beijos!

    2. Trilha do açu, pra quem não conhece melhor ir com guia ou alguém experiente que conheça bem… ela é sinalizada alguns trechos, trilha aberta, mas recomendável vc procurar um guia ou alguém experiente que conheça. Nanda gostei do seu blog bacana, concordo com bastão, pratico trilhas faz anos resolvi usar na pedra do sino, só pra atualizar o abrigo do açu está desativado por tempo indeterminado só área de camping funcionando e banheiro com água fria somente, fui mês passado.

      1. Puxa! Não sabíamos dessa informação do abrigo estar fechado. Obrigada por compartilhar com a gente. Vamos entrar em contato com o parque para saber mais detalhes e vamos atualizar aqui o post.
        Realmente ir com guia ou alguém que conheça a trilha é essencial. Ainda não fomos na Pedra do Sino, mas já está acabando a temporada de montanhas né. To achando que vai ficar pro ano que vem.
        Beijos

  2. Nanda, bom dia. Mês passado fui a Pedra do Sino, saindo de Teresópolis. Fizemos em 4 horas e a volta em 3 horas. Apesar de ser uma caminhada extensa, foi tranquila. Estou pretendendo fazer a travessia no dia 23/08.

    1. Oi Sérgio,
      Ainda não fizemos a Pedra do Sino. E para a travessia Petrópolis-Teresópolis precisamos estar mais em forma. hahah
      Você vai nesse próximo final de semana né? Boa trilha!! 🙂

  3. Estive lá em agosto agora, e teve banho de água quente a pouco tempo com uma turma de amigos, não ter optei pelo banho (hehehe), momento mais tenso foi no chapadão, fortes ventos com chuva moderada, mas, foi muito bom apesar do tempo super fechado uma densa neblina no camping do Açu, e no segundo dia ficou mais lindo ainda tempo meio fechado com um pouco de sol, fizemos travessia em dois dias, o trajeto de retorno por Teresópolis é muito doido, passando pelos mais ou menos desafiadores, Elevador, Costas da Baleia (com chuvas e fortes rajadas de vento), e melhor de todos o cavalinho! Próximo desafio… trajeto invertido!

    1. Oi Igor,
      ainda não fizemos a travessia, mas deve ser muito top!!
      Vocês fizeram em dois dias? Não foi muito corrido? Parece que 3 dias é o ideal.
      Que bad que vocês pegaram chuva! Isso é sempre ruim em trilhas longas.
      Beijos

  4. ola boa noite, fui nessa trilha em 2012, dezembro, mês chuvoso, estava me formando na Aman em Resende, fui por petrópolis, mas não podíamos fazer a travessia porque um casal de suecos estava perdido em algum lugar do topo perto da tartaruga e estava chovendo com enchente, fui muito radical, kkkk, paramos no quarto abrigo, água quente, comida feita por nós, enfim, saudades, nunca mais retornei a Petrópolis, mas vivo me organizando, uma hora sai … kkk Ah, só por curiosidade, nessa época, da travessia, eu deixei meu nome na madeira da beliche ou do beliche, escrito kkkkk … qdo voltar, tiro foto… Enfim, boa trilha a todos e fiquem com Deus.

    1. Que bacana seu relato, Cassio! Fazer essa trilha em dezembro é muita aventura mesmo, porque chove muito nesta época do ano. Espero que possa voltar num próximo inverno para encontrar o local com tempo limpo e visual incrível da cidade do Rio e arredores.
      Bjs,
      Gaia

  5. Olá bom dia!que máximo poder ler os comentários e relembrar uma das maiores aventuras da minha vida. Foi realmente incrível ter conseguido concluir a caminhada e chegar ao topo do açu..incrível,na época que eu fui em 2004,ainda não havia essas regalias de abrigo e água quente rs..quase nem víamos pessoas lá em cima,tenho 53 anos p,pena que não vi tenho mas joelho e nem coluna para fazer mais essa caminhada,que delícia..grande abraço a todos e boas trilhas! ?

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